É no mínimo curioso como a mídia se refere a nós, meros cidadãos comuns (e também os não tão cidadãos assim...), como "populares". Preste atenção num noticiário local: "É freqüente a falta de água nos bairros da capital. Populares reclamam da falta de abastecimento."
Ontem estava vendo uma entrevista ao vivo no noticiário do meio-dia, com o diretor da Deso, a companhia de abastecimento de água daqui de Sergipe. Tem faltado água nos bairros periféricos da capital (leia-se, sempre os mais pobres e/ou afastados do centro) com bastante freqüência. Esse problema se agrava todos os verões, por anos a fio.
Entrevistado ao vivo, e confrontado com moradores de um bairro pobre da periferia de Aracaju, o distinto senhor insistia em culpar as ligações clandestinas que "usufruem mais água" do que a instalação do cidadão que paga Deso todo mês, e não a óbvia falta de planejamento da abastecedora (porque se a culpa fosse dos clandestinos, porque falta água só no verão?). O mais engraçado é que nós ficamos sem água e a conta sempre chega cobrando.
E depois do desrespeito, somos chamados de populares.
Vá entender...
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