quarta-feira, 30 de março de 2011

O que é viver, senão lutar pela vida?

Não poderia, não poderia jamais deixar de mencionar aqui o quanto fiquei comovida com a morte do nosso ex-vice-presidente, José Alencar.

Acompanhei esses últimos tempos da sua batalha contra o câncer, período durante o qual aprendi a cultivar uma grande admiração por esse senhor de cabelos brancos, que se tornou para mim imagem de perseverança, destemor (mesmo quando o medo teimou em assaltá-los), otimismo, integridade (que tanto falta à nossa Mãe Pátria, nem um pouco gentil), simplicidade e amor pela vida.

Perdi minha avó em 2001, de câncer (linfoma), e em uma noite de fim de outono de 2008, uma variação dessa doença levou meu pai, deixando um buraco imenso sobre o qual eu só tenho uma certeza: a de que nunca será preenchido. Mas maior que ele só a certeza de que essas pessoas deixaram marcas profundas na minha existência pelo que me ensinaram: que viver não é só existir, é lutar para estar vivo.

A esses bravos, gigantes por sua própria natureza ingrata, que não desistiram de lutar, mas apenas chegaram até o fim de suas lidas, o meu reconhecimento e gratidão pelo legado que deixaram como seres humanos.

"End? This is not the end.
Death is just another path, one that we must take."
 J.R.R. Tolkien. 

sexta-feira, 25 de março de 2011

Some things are hard to write about...

Some  things are hard to write about. 
After something happens to you, you go to write it down, and either you over dramatize it or underplay it, exaggerate the wrong parts or ignore the important ones. 
At any rate, you never write it quite the way you want to.

(Sylvia Plath)

Eu sou a que se sente assim de vez em sempre!

domingo, 20 de março de 2011

De livros e livrarias

Livros são uns dos poucos objetos sem os quais eu não poderia viver (outros são: óculos). E poucos lugares me fazem sentir tão à vontade quanto uma livraria. Livrarias estão no meu cotidiano não apenas para comprar livros, mas para visitá-los, folheá-los, experimentar as texturas de suas capas, ver suas figuras ou correr os olhos pelas diferentes brochuras. Enfim, são lugares para apreciar esses meus amigos.

Hoje mesmo vi o exemplar de "Cruzada no Reino do Paraíso", de Henry R. Haggard, que namoro há meses, ainda lá na prateleira. Por um lado fico feliz por poder olhá-lo e folheá-lo; por outro lado sinto como se fosse errado deixá-lo lá (porque ninguém ainda comprou aquele livro tão bom??? hahaha)

Sou uma bibliófila incurável (e às vezes meio compulsiva). Sempre gostei de ler, mas sempre gostei muito mais de livros que de ler, daí vocês tiram suas conclusões. Leitura e livros são grandes válvulas de escape para mim; sempre foram os lugares onde eu me refugiava quando queria sair da realidade, viajar pelos reinos de Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda, ou pela floresta encantada do sonho de uma noite de verão shakespeariano, ou pelo jardim de Alice, ou viajar junto com o apaixonado, nos cinco minutos de José de Alencar. E perder um de meus personagens favoritos era como perder alguém que tinha aprendido a gostar. E quantas vezes não desejei que certos personagens existissem na vida real? Elfos, fadas, deuses, semideuses, bruxos, pessoas comuns: médicos, viajantes, pescadores, aviadores, artistas...

É por isso que considero visitar livrarias como se fosse visitar minha casa dos sonhos, de milhares e milhares de pedacinhos da minha alma. Que, aliás, é formada de muito mais coisas além de livros: música, filmes, chocolate, amor, saudade e interrogações...