domingo, 20 de março de 2011

De livros e livrarias

Livros são uns dos poucos objetos sem os quais eu não poderia viver (outros são: óculos). E poucos lugares me fazem sentir tão à vontade quanto uma livraria. Livrarias estão no meu cotidiano não apenas para comprar livros, mas para visitá-los, folheá-los, experimentar as texturas de suas capas, ver suas figuras ou correr os olhos pelas diferentes brochuras. Enfim, são lugares para apreciar esses meus amigos.

Hoje mesmo vi o exemplar de "Cruzada no Reino do Paraíso", de Henry R. Haggard, que namoro há meses, ainda lá na prateleira. Por um lado fico feliz por poder olhá-lo e folheá-lo; por outro lado sinto como se fosse errado deixá-lo lá (porque ninguém ainda comprou aquele livro tão bom??? hahaha)

Sou uma bibliófila incurável (e às vezes meio compulsiva). Sempre gostei de ler, mas sempre gostei muito mais de livros que de ler, daí vocês tiram suas conclusões. Leitura e livros são grandes válvulas de escape para mim; sempre foram os lugares onde eu me refugiava quando queria sair da realidade, viajar pelos reinos de Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda, ou pela floresta encantada do sonho de uma noite de verão shakespeariano, ou pelo jardim de Alice, ou viajar junto com o apaixonado, nos cinco minutos de José de Alencar. E perder um de meus personagens favoritos era como perder alguém que tinha aprendido a gostar. E quantas vezes não desejei que certos personagens existissem na vida real? Elfos, fadas, deuses, semideuses, bruxos, pessoas comuns: médicos, viajantes, pescadores, aviadores, artistas...

É por isso que considero visitar livrarias como se fosse visitar minha casa dos sonhos, de milhares e milhares de pedacinhos da minha alma. Que, aliás, é formada de muito mais coisas além de livros: música, filmes, chocolate, amor, saudade e interrogações...

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