O último show no Brasil da "Up and Coming Tour" começou, como os anteriores, com cerca de quinze minutos de projeções que contavam, resumidamente, a história da carreira de James Paul McCartney. As expectativas do público eram muitas, a começar da minha, mesmo, que sonhei (literalmente) uma dúzia de vezes com aquela noite, e pelas conversas que pude ter com pessoas que conheci lá na pista. Afinal de contas, para muitos se tratava de 17 anos de espera, desde a última vez em que Paul esteve em terras tupiniquins.
Difícil não se deixar envolver por essa atmosfera re-ple-ta de tanta energia positiva: as mesmas 60 mil pessoas juntas no mesmo lugar, entre apertos, esbarrões e pisadas nos pés - e no entanto não tive notícia de nenhuma briga acontecida ali. Famílias inteiras, adolescentes, adultos e até idosos berravam as canções a plenos pulmões. Difícil acreditar que era um Beatle ali naquele palco, não apenas cantando para nós, mas cantado conosco, em meio a saudações, piadas e gestos engraçados. Fomos contaminados todos pelo carisma de James Paul. Difícil não entender porque essa apoteose se assemelha tanto a um sonho.
De todas as palavras que posso escolher para definir o show da minha vida, vou escolher "coração". Foi até onde Paul chegou na noite do dia 23 de novembro de 2010, em 60 mil corações. E se ele encontrou essa estrada aberta, foi porque primeiro deu - e ainda dá! - a nós, por 50 anos, também o seu coração.
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