sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Curtas (ou "os primeiros dias de 2009")

Eba, 2009!
Foi-se 2008, graças aos céus.
Ontem, primeiro de janeiro, Aracaju apareceu três vezes no Jornal Nacional; achei engraçadíssimo! A primeira vez, na previsão do tempo; a segunda, mostrando o prefeito reeleito, Edvaldo Nogueira; a terceira, imagens da virada na praia. EEHH!

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E vão-se os anéis, ficam os dedos.
O conflito entre israelenses e palestinos vem se agravando a cada dia. "Situação de emergência crítica", diz a ONU. Centenas de mortos, entre israelenses e palestinos. Israel continua os ataques desproporcionais, e os palestinos pedem uma nova intifada, uma forte revolta contra os israelenses. Não vou analisar esse conflito aqui, agora. A propósito, ele não deve ser analisado de forma simplória (sem a devida contextualização). E cuidado, caros leitores, com as opiniões dos intelectuais a serviço dos impérios (conversa para postagens vindouras).

Segue um bonito poema de Sean O'Brien, publicado na edição de hoje do The Guardian [tradução livre]. Porque é uma capacidade exclusivamente humana ver as coisas pelo prisma da poesia, talvez um jeito que criamos para conseguir encarar nossas próprias mazelas...

Katyusha*

Katyusha, Katyusha,
Flecha de fogo:
O Reino Vindouro é
Acima ou abaixo?
Sufocado num túnel
Com morfina e pão,
Ou queimado nas ruínas
De um olival?
Katyusha, Katyusha,
Lança de desejo,
São aquelas pastagens,
Um bravo deserto rosa,
Ou devem ser uma prisão
Com pilares de fogo?
Katyusha, Katyusha,
Uma sepultura, ou uma rosa?
Katyusha, Katyusha,
Só Deus é que sabe.


* Katyusha são mísseis de bombardeio.

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Aquela operação Satyagraha fedeu. E sobrou pro diretor da ABIN, Paulo Lacerda: no finzinho de 2008, o sujeito foi exonerado do cargo para assumir um outro "recém-criado de adido policial da embaixada brasileira em Lisboa." Aham.

A propósito, "Satyagraha" é um neologismo inventado por Gandhi na sua luta pela libertação da Índia do domínio britânico durante a primeira metade do século XX. Significa "firmeza na verdade". Mas a tentativa brasileira foi louvável. ("Aham", dirá alguém com língua mais ferina que a minha).

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É. "Vão-se os anéis, ficam os dedos." Sabedoria popular. Muito sábia, por sinal.

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