sábado, 5 de novembro de 2011

Inverninho fora de época

Graças à La Niña temos um inverninho fora de época aqui na terrinha do Cacique Serigy.
Estou me recuperando bem, as bolhinhas já estão secando e as dores estão bem esporádicas. Ainda me fazem dar pulos quando atacam, mas o pior parece já ter passado.

Aproveitei esse climinha ameno, cinzento, com vento e chuva para desenterrar as belezinhas da coleção outono-inverno 2011 da Coloroma.
 Ontem à noite fiz tentei fazer uma combinação de duas técnicas: a inglesinha (francesinha colorida) com a one fingernail (não sei se é esse o nome oficial do negócio; pelo menos foi o nome que foi publicado no caderno Olho Vivo há várias semanas atrás. Sim, eu folheio essa bobagem de vez em quando), pintando apenas o anular de uma cor diferente. Escolhi o Plano Perfeito, um cinza puxado pro lilás acinzentado, e pros anulares, o Doce Loucura, um rosinha invernal muito fofo, que nada tem a ver com o nome de batismo, rs. Passei uma camada de cobertura fosca, para deixar apenas a inglesinha brilhando.

Para fazer a inglesinha, pintei o Doce Loucura nas unhas pintadas com o Plano Perfeito e vice-versa. Tapada que sou, o durex que usei para fazer a inglesinha acabou borrando e as unhas ficaram com uma textura meio feiosa. Para tentar remediar o estrago, passei uma camada de 3d Vitória, da Ludurana, e até que ficou disfarçável. Até que ficou fofinho, olhando de longe! kkkkk

Daí que hoje decidi tirar, porque decidi mesmooo que não tinha ficado satisfeita com o resultado. Ainda na vibe do inverno fora de época, escolhi o Hipnose (um cinza metálico clarinho e gracinha), da mesma coleção da Colorama, a Espelho, Espelho Meu. Três camadas, mais uma de cobertura fosca da Colorama também (to nessa vibe) e ficou essa lindeza aí.
Até o Kielowski ficou de olho, risos.

Bisous,
Tati.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

De molho!

Faz oito dias que estou doente; três que eu descobri que doença era. Literalmente, porque até então nem sabia que essa doença existia.
O herpes zoster é uma doença viral, provocada pelo mesmo vírus que causa a catapora. Tive catapora quando era pequena, e o vírus ficou no meu corpo, guardado pelo meu sistema imunológico durante todos esses anos. Segundo o médico que me atendeu, provavelmente um quadro de stress forte baixou minhas defesas e o vírus pôde então se manifestar, atacando um nervo da minha face direita, provocando dores de cabeça tais como "facadas" e dor no fundo do olho direito, ambas constantes e bem fortes, e em seguida, produzindo pequenas vesículas ao redor do meu olho direito.

Ou seja, estou isolada do mundo, passando meus dias de cama, assistindo ou apenas ouvindo a TV e vez ou outra passando no pc para manter os contatos de trabalho em dia e ler sobre a doença.

Hoje estou um pouco melhor, as dores passaram (!!!) e ainda ontem estava pensando: pobre e doente, ainda vá lá, né, minha gente, mas feia não dá! Resolvi dar aquele up no visú e aproveitei para fazer as unhas. Ficou tão lindo, tão lindo, que nada mais justo do que ~BLOGAR~! :D
Este é o Esperta, da Ludurana, um azul lindíssimo, com um brilho metálico idem, ainda mais no sol. Apesar de ser da linha Alta Definição, tive que passar três camadas sofridas para ficar com este efeito metálico lindíssimo. Ficou com umas bolhinhas, disfarçadas com top coat da Colorama, mas valeu muuuuito a pena esse esmalte!



sexta-feira, 14 de outubro de 2011

"A almazinha do meu filho vai se compondo e descompondo, com pedacinhos de pátrias misturadas.
De noite, a gente recolhe os pensamentos,
Com um cansaço internacional.
- Pai!
- Quéque-tu-qué, meu filho?
Ele aconchegou-se a mim, com um abraço carinhoso:
- Pai!
Me conta mais uma vez
Como é que era mesmo o Brasil?"



(Raul Bopp)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

7 de setembro

"Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias, pátria minha
Tão pobrinha!

[...]

Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamen
Que um dia traduzi num exame escrito:
'Liberta que serás também"
E repito!"

terça-feira, 6 de setembro de 2011

"Time is everybody's cross"

Mais um dia de minhas férias "forçadas" e achei que escrever me faria bem. Escrever sempre me faz olhar para o melhor - e o pior - de mim, e ver tudo com mais clareza. O papel, a tela do computador, funcionam para mim mais ou menos como a penseira de Dumbledore.

Abri a agenda e vi que hoje faltam 50 dias para o meu aniversário. 
Tirando as teias de aranha agora pela manhã me lembrei de Bukowski. Bukowski, sempre tão inspirador, sempre me inspirando, sempre me falando. Hoje, particularmente, sobre a paciência.
"Like the spider, be patient. Time is everybody's cross."

terça-feira, 26 de julho de 2011

A última flor do Lácio (fragmento)



Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

(Olavo Bilac)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Reformando a casa da alma...





"Minha alma é uma orquestra oculta; não sei que instrumentos tangem e rangem, cordas e harpas, tímbales e tambores, dentro de mim. Só me conheço como sinfonia."

(Fernando Pessoa)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Poética

Ele foge das rimas, mas não da beleza e da rebeldia.
Deliciem-se.
-


Estou farto do lirismo comedido
do lirismo bem-comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto espediente protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor.

Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo.

Abaixo os puristas.
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.

De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar &agraves mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare.

- Não quero saber do lirismo que não é libertação.


Manuel Bandeira

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ser Professor

Ser Professor, com P maiúsculo, é...


...vez ou outra abrir mão do cinema no fim de semana para deixar as próximas aulas planejadinhas e lindas, e os trabalhos e provas corrigidos e em ordem;
...ganhar pouco;
...rir muito com seus alunos;
...carregar quilos de papel;
...ganhar presentinhos dos alunos;
...aguentar a birra dos alunos;
...sentir orgulho dos seus alunos;
...se surpreender com seus alunos;
...perder a paciência com seus alunos;
...comprar balas e bombons para premiar nos joguinhos pedagógicos;
...pagar mico em festa junina;
 ...pagar mico em festa natalina;
...perder a voz dando aula;
...encontrar a voz no fundo d'alma;
...ser meio padre, meio psicólogo;
 ...contar até dez, até cem, até mil, quando necessário (=sempre);
...segurar a risada para não "dar ousadia";
...não conseguir segurar a risada porque a piada realmente foi muito boa;
...receber mensagenzinhas pelo orkut e celular;
...receber spam por e-mail;
...ouvir as histórias de vida dos alunos;
...contar sua história para os alunos;
...se decepcionar com a profissão;
...estudar o tempo todo;
...investiro tempo todo;
...cansar;
...querer desistir;
...desejar cafeína injetável;
...se comprometer;
...animar-se;
... motivar;
...acreditar.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Poema em Linha Reta (fragmento)

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.



Fernando Pessoa.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A morte nossa de cada dia

Escolhemos condenar mais devagar o que mata mais devagar.

Se a gente julgasse com tanta rapidez os crimes contra a alma como fazemos com os crimes contra o corpo, há muito tempo já estaríamos condenados ao inferno sobre a terra amarga.

quarta-feira, 30 de março de 2011

O que é viver, senão lutar pela vida?

Não poderia, não poderia jamais deixar de mencionar aqui o quanto fiquei comovida com a morte do nosso ex-vice-presidente, José Alencar.

Acompanhei esses últimos tempos da sua batalha contra o câncer, período durante o qual aprendi a cultivar uma grande admiração por esse senhor de cabelos brancos, que se tornou para mim imagem de perseverança, destemor (mesmo quando o medo teimou em assaltá-los), otimismo, integridade (que tanto falta à nossa Mãe Pátria, nem um pouco gentil), simplicidade e amor pela vida.

Perdi minha avó em 2001, de câncer (linfoma), e em uma noite de fim de outono de 2008, uma variação dessa doença levou meu pai, deixando um buraco imenso sobre o qual eu só tenho uma certeza: a de que nunca será preenchido. Mas maior que ele só a certeza de que essas pessoas deixaram marcas profundas na minha existência pelo que me ensinaram: que viver não é só existir, é lutar para estar vivo.

A esses bravos, gigantes por sua própria natureza ingrata, que não desistiram de lutar, mas apenas chegaram até o fim de suas lidas, o meu reconhecimento e gratidão pelo legado que deixaram como seres humanos.

"End? This is not the end.
Death is just another path, one that we must take."
 J.R.R. Tolkien. 

sexta-feira, 25 de março de 2011

Some things are hard to write about...

Some  things are hard to write about. 
After something happens to you, you go to write it down, and either you over dramatize it or underplay it, exaggerate the wrong parts or ignore the important ones. 
At any rate, you never write it quite the way you want to.

(Sylvia Plath)

Eu sou a que se sente assim de vez em sempre!

domingo, 20 de março de 2011

De livros e livrarias

Livros são uns dos poucos objetos sem os quais eu não poderia viver (outros são: óculos). E poucos lugares me fazem sentir tão à vontade quanto uma livraria. Livrarias estão no meu cotidiano não apenas para comprar livros, mas para visitá-los, folheá-los, experimentar as texturas de suas capas, ver suas figuras ou correr os olhos pelas diferentes brochuras. Enfim, são lugares para apreciar esses meus amigos.

Hoje mesmo vi o exemplar de "Cruzada no Reino do Paraíso", de Henry R. Haggard, que namoro há meses, ainda lá na prateleira. Por um lado fico feliz por poder olhá-lo e folheá-lo; por outro lado sinto como se fosse errado deixá-lo lá (porque ninguém ainda comprou aquele livro tão bom??? hahaha)

Sou uma bibliófila incurável (e às vezes meio compulsiva). Sempre gostei de ler, mas sempre gostei muito mais de livros que de ler, daí vocês tiram suas conclusões. Leitura e livros são grandes válvulas de escape para mim; sempre foram os lugares onde eu me refugiava quando queria sair da realidade, viajar pelos reinos de Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda, ou pela floresta encantada do sonho de uma noite de verão shakespeariano, ou pelo jardim de Alice, ou viajar junto com o apaixonado, nos cinco minutos de José de Alencar. E perder um de meus personagens favoritos era como perder alguém que tinha aprendido a gostar. E quantas vezes não desejei que certos personagens existissem na vida real? Elfos, fadas, deuses, semideuses, bruxos, pessoas comuns: médicos, viajantes, pescadores, aviadores, artistas...

É por isso que considero visitar livrarias como se fosse visitar minha casa dos sonhos, de milhares e milhares de pedacinhos da minha alma. Que, aliás, é formada de muito mais coisas além de livros: música, filmes, chocolate, amor, saudade e interrogações...