Há algumas semanas atrás, quando ia, de carro, pro trabalho, parei num cruzamento.
Ora, este não era um cruzamente qualquer, apesar de ter semáforos, encruzilhadas e uma linha de trem. Parei, de fato; minha via deveria estar parada, e foi aí que vi uma cena que nunca sonharia nessa vida presenciar um dia.
O trem vinha vindo.
Ok, não era um daqueles vagões que adentraram o meio-oeste americano no século XIX, ou uma daquelas marias-fumaça estilo novela de época das seis, mas - caramba! - era o trem! Um vagonete com uns operários dentro, que vinha buzinando desde longe, já que ia passar pelo cruzamento por onde passam carros.
Quando pequena, morava perto dessa linha de trem. E quando o trem passava, no fim da tarde, a gurizada toda saía pra poder ver o trem da RFFSA (tive que aprender a dizer por extenso essa sigla nas antigas aulas de "Estudos Sociais" kkk), estampados com o símbolo da Nitrofértil apitando alegremente pelo meio do Siqueira Campos, saindo da Leste e indo para Riachuelo... Ou o raio que o parta.
Mas voltando à história: aquele trenzinho parou. Parou para os carros passarem. Veja bem, antigamente eram
os carros que seguramente paravam para o trem passar. E naquele dia vi o trem parar para os carros passarem.
Sacrilégio.
Vista do Pátio da Leste - Aracaju, 2005.Sinto como se estivesse velha; ou não.
Talvez sejam só os tempos que estejam ficando mais modernos, vai saber...