... dia do Senhor.
Não, não a música do Padre Zezinho, cantor que ouvi durante toda a minha infância, e mais um pouco. E eu adorava; até hoje gosto! Posso dizer que não tenho problemas com padres cantores.
Ok; não tenho problemas com a maioria deles. Antes padres cantores que exorcistas dos Beatles.
Há uns dias atrás, fazendo umas pesquisas sobre o que as pessoas pensam sobre uma suposta relação entre rock e satanismo, descobri uma pérola preciosíssima, num site de orientação evangélica (não definida):
... os Beatles ajudaram a liquidar a fé e a moral da Inglaterra, tornando-se os deuses pagãos do mundo ocidental, através da satânica música rock...
Traduzindo para nós, meros seculares, ficaria algo mais ou menos assim: "vou arder para sempre no fogo da geena se eu escuto Beatles?"
Felizmente, também há alguns dias, o Telegraph me deu notícias mais alvissareiras. No aniversário de quarenta anos do White Album, o Vaticano resolveu "perdoar" John Lennon pelo seu comentário polêmico de que os Beatles eram mais populares que Jesus, em março de 1966. (Mais um seis e teríamos um número fatídico. Mas se você virar o 9 de ponta-cabeça também. Ok, deixa pra lá.)
O L'Osservatore Romano, jornal oficial do Vaticano, se pronunciou afirmando que, depois de tantos anos, aquilo não passava de gabolice de um garoto de classe operária inglesa, lutando para enfrentar um sucesso inesperado. E ainda reconheceu:
O talento de Lennon e dos outros Beatles nos deu algumas das melhores páginas da música pop moderna. Só esnobes dispensariam as canções dos Beatles, que mostraram uma "extraordinária resistência aos efeitos do tempo, fornecendo inspiração para várias gerações de músicos pop".
Recentemente o L'Osservatore tem tentado abandonar sua imagem enfadonha ao cobrir eventos populares como o Oscar, e trazendo contribuições de artigos de muçulmanos e judeus.
Vantagens da sociedade da informação.
Redenção.
Amém.
Fontes: Site do Centro Apologético Cristão de Pesquisas (de orientação evangélica); site do Telegraph; um blog do MOG.
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