domingo, 15 de abril de 2012

Love is not ideology

 “Love is where you find it. I think it is foolish to go looking for it, and I think it can often be poisonous. I wish that people who are conventionally supposed to love each other would say to each other, when they fight, 'Please - a little less love, and a little more common decency'.”

— Kurt Vonnegut, Slapstick.

Inspiração do dia: Xingu

Ontem e  hoje aconteceu comigo algo que nunca havia acontecido antes no quesito manicure: faltou inspiração.
Sentei-me à mesa ontem à noite, toda animada para fazer as unhas para o fds, com mil ideias na cabeça e nenhuma deu certo: desde a tape mani à konadicure. Tirei todo o esmalte e desisti - por hora.
Hoje pensei muito (é muita "filosofia" para fazer as unhas, meldels) e resolvi fazer outra coisa diferente. Como assisti Xingu ontem, e sexta próxima é dia do Índio, inspirei-me neste tema para fazer as unhas dessa semana.

Xingu, mais que um filme sobre a saga dos irmãos Villas-Bôas e a fundação do Parque Nacional que dá nome ao filme, conta histórias sobre como nós, seres humanos, podemos ser tão contraditórios ao nos voltarmos contra nossa própria espécie.
Estava tentando me lembrar de onde lembrava do João Miguel... Ele interpretou Belarmino, em Cordel Encantado! Belarmino era muito rootz, pow! <3

A questão indígena no Brasil, desde tempos imemoriais, remete não apenas ao quesito brancosxíndios, mas a uma série de fatores interligados - sociedade, cultura, economia, etc etc etc - de maneira muito complexa. O índio no Brasil é um tema que me cativou há um bom tempo, e sim, eu chorei ao final do filme. Recomendo!

Então, tendo isso em mente, lembrei do meu livro querido "Memória e Patrimônio - Ensaios Contemporâneos", que fala um pouco sobre a arte kusiwa dos índios Wajãpi, do Amapá, que foi recentemente reconhecida como patrimônio cultural imaterial brasileiro.
A arte kusiwa consiste numa prática de representações que retrata visões de mundo dos wajãpi, e é um trabalho reproduzido nos corpos e em objetos, com tinta vermelho-clara (do urucum), preto azulado (do genipapo) e vermelho escuro. Os padrões geométricos predominam nas composições.

Amostras de arte kusiwa dos Wajãpi

Como minhas unhas estão cotoquinhas (uma quebrou hoje, daí lixei todas as outras na metade do tamanho) e eu estava sem paciência para fazer padrões geométricos, minha ideia inicial, peguei esse preto azulado do genipapo traduzido no Rainhda da Bateria, da coleção Rode a Baiana, é Carnaval, da Colorama - aquela que comprei em Ipanema, em fevereiro. <3


No vidro esse esmalte é lindo: um duochrome escuro, tipo um preto azulado e esverdeado, mesmo, mas na unha o efeito é muito, mas muito sutil mesmo. Fora que o esmalte veio super grosso, embora não tenha provocado bolinhas. Não sei se teve a ver com o clima - o Rio estava MUITO quente em fevereiro - ou se é da composição do esmalte, só sei que não gostei muito disso, não.
Fiz uma ombré com o Here Comes Trouble, da coleção Pin Up, da Orly, que foi uma coleção lançada na primavera do hemisfério norte no ano passado. É um glitter verde, lindo de viver, com um brilho incrível, e partículas de tamanhos diferentes, sendo que as maiores são hexagonais. Pensei no verde representando as matas e o amor que os índios devotam à natureza e seus bens.


Não fiquei satisfeita com as fotos, já que não consegui captar bem as cores, brilho e efeito dos esmaltes, mas não poderia deixar de colocar algumas para vocês terem ideia de como ficou.
As unhas só com ombré, sem o preto Rainha da Bateria, são minhas unhas dodóis. Comprei hoje o remedinho pra elas, e já comecei a usar, mas vou evitar pintá-las (ao menos completamente) enqtuanto elas não estiverem 100% recuperadas!

E aí, gostaram?
Beijo, beijo!
Tati.